Confesso que sou completamente apaixonado pelo mundo “plugado”. A internet cresce tanto que até mesmo o termo plugado já está ultrapassado, pois tudo agora gira no mundo “sem fio”. Pelos meus cálculos, sou consumidor do mundo virtual há pelo menos dez anos. De lá pra cá quantas mudanças construtivas, novas invenções, novas empresas sérias que faturam zilhões com esse mercado cada vez maior.
Lembro do meu medo ao acessar a internet pela primeira vez. Tinha medo de acessar os banners de propaganda pensando que, ao clicar no link, automaticamente estava comprando aquele produto. Tudo me levava a crer que a internet tinha os meus dados pré-cadastrados, o número do meu cartão de crédito, a minha senha e, se eu clicasse naquele bendito banner, já ia chegar uma mensagem dizendo: você comprou essa mercadoria que custa X reais e se você não pagar você vai entrar na lista negra dos devedores ... Me sentia assim mesmo: encostado na parede!
Hoje, mais maduro, confio na segurança da rede www. Acesso aos bancos, conta corrente, pagamentos e compras online, blogs, portais, MSN, chats, Orkut, Skype ... ufa! Quantas novidades que somos forçados a participar para que possamos continuar vivos no mundo da web. Me surpreende o fato de acompanhar um projeto de uma empresa brasileira, nordestina, paraibana desenvolvendo um software capaz de transmitir programações ao vivo como se fosse uma TV de casa. Tudo com qualidade de som e imagem que só assistimos nas moderníssimas TV de LCD de grandes polegadas sendo transmitidas via TV digital. É difícil até mesmo decifrar essas siglas que nunca sabemos do que se trata, do que significam. Agora, toda e qualquer empresa pode criar a sua própria WebTv que pode ser acessada por qualquer internauta do mundo. Jamais se imaginaria uma audiência tão grande para um programa de televisão aberta.
Como Administrador com Pós-Graduação em Marketing, fico torcendo para que as empresas realmente sérias possam criar novas ações que facilitem os meus/nossos negócios. Também atuo na área da construção civil e me deparei com um fato que vai em desencontro com a tal modernidade do mundo virtual. Precisei colocar alguns imóveis à venda e procurei acessar os sites de algumas imobiliárias da minha cidade. Logicamente, analisando o público que pode comprar esse tipo de imóvel, procurei as imobiliárias que atuam nas classes A e B da região. Sites modernos, belas imagens, preços e formas de pagamentos facilitados. Imediatamente fui nos links “fale conosco, chat online” (ou coisa parecida) que estava à minha disposição para que eu falasse com um corretor de plantão no próprio site ... ali ... ao vivo e exclusivo para me atender, tirar as minhas dúvidas e cadastrar os meus imóveis. Maaaaassss ... veio então a minha primeira surpresa: onde está o corretor de plantão??? Onde estão as respostas dos e-mails que eu enviei após cadastrar uma ficha de uns 200 metros??? Pediram até o meu CPF, endereço, telefone, e-mail, altura, peso, comida que mais gosto ... Meus Deus !!! Melhor seria se não tivesse a opção à disposição! Já diz o ditado que “a primeira imagem é a que fica na mente do consumidor”. A partir dali a minha imagem com aquelas “grandes” imobiliárias foi murchando, secando e já a comparo como uma “normal” entre tantas outras.
Resolvi então visitar as imobiliárias. Quem sabe lá eu mudaria de idéia e a classificava novamente como “grande”. Excelente estrutura, localização, estacionamento, sala de espera, água, café, chá, televisão mostrando os imóveis à venda ... fantástico. Veio então a corretora de plantão. Seria ela a mesma “corretora virtual” do site? Quem vai saber !!! Perguntas rotineiras de como são os imóveis, preços, localização e formas de pagamento. Pior ainda foi ter que cadastrar uma ficha gigante com vários dados dos imóveis onde eles mesmos já tinham outros apartamentos no mesmo prédio já cadastrados. Não mudava nada. Absolutamente nada !!! Mas, as normas da empresa exigem ter uma ficha para cada imóvel. Se você tiver dez apartamentos no mesmo prédio, com as mesmas medidas e cômodos, você vai precisar preencher dez fichas...
A ciência do marketing nos ensina que devemos agir cada vez mais no sentido do atendimento “um a um”. É mais ou menos como o antigo atendente da bodega da esquina que sabia o seu nome, os nomes das pessoas da sua família, o que você sempre compra, o que você gosta, que você nunca compra, etc. Essas imobiliárias estão nadando contra a maré. Nenhuma está tendo a preocupação de se diferenciar e de tratar cada consumidor como O CONSUMIDOR. Essas fichas cadastradas não são analisadas. Os consumidores que colocam os seus imóveis à venda não são nem informados se estão visitando ou não o seu produto. E quando menos se espera, recebemos uma ligação avisando que “um cliente fez uma proposta para comprar o seu imóvel ... só que com 20% a menos do preço cobrado”. Vá falar com a corretora que vai pagar 20% a menos da comissão que o mercado exige!!!!???? Eles nunca aceitam e terminam colocando a ficha cadastro do seu imóvel no final da fila. Pior é escutar “quanto é o preço de pedida e o preço de venda?” Como assim preço de pedida e preço de venda? É fato! O mercado já está prostituído e não se vende mais imóveis pelo “preço de pedida”. Só de vende pelo “preço de venda”. Alguém precisa inserir isso nos livros didáticos...
Apenas lembro que ninguém é obrigado a seguir essa “prostituição”. Só existe um preço para ser cobrado pela venda do seu produto/serviço. Você pode até dar um desconto se o pagamento for feito à vista. Mas essa de preço de pedida e de venda? Que bagunça é essa? Enquanto nós, empreendedores responsáveis, não tentarmos mudar isso (e isso é apenas um exemplo), os especuladores vão continuar cada vez mais ricos e nós cada vez ganhando menos. Hoje, parece que os errados somos nós que fizemos tudo “como manda o figurino”. Tudo feito com carinho, pagando todos os impostos, seguindo as regras do mercado. Não podemos deixar que isso aconteça sem panelaços e com os caras pintadas caindo em campo.
Apenas pra terminar: hoje, dois dias depois de acessar o site da imobiliária, ainda não recebi a resposta do e-mail que enviei e também não encontrei o corretor de plantão online. Alguém encontrou ele por aí ???
Eu posso e vou conseguir mudar a parte do meu mundo. Mude você também!!!
Rodrigo Nóbrega
rodrigonobrega@terra.com.br
Lembro do meu medo ao acessar a internet pela primeira vez. Tinha medo de acessar os banners de propaganda pensando que, ao clicar no link, automaticamente estava comprando aquele produto. Tudo me levava a crer que a internet tinha os meus dados pré-cadastrados, o número do meu cartão de crédito, a minha senha e, se eu clicasse naquele bendito banner, já ia chegar uma mensagem dizendo: você comprou essa mercadoria que custa X reais e se você não pagar você vai entrar na lista negra dos devedores ... Me sentia assim mesmo: encostado na parede!
Hoje, mais maduro, confio na segurança da rede www. Acesso aos bancos, conta corrente, pagamentos e compras online, blogs, portais, MSN, chats, Orkut, Skype ... ufa! Quantas novidades que somos forçados a participar para que possamos continuar vivos no mundo da web. Me surpreende o fato de acompanhar um projeto de uma empresa brasileira, nordestina, paraibana desenvolvendo um software capaz de transmitir programações ao vivo como se fosse uma TV de casa. Tudo com qualidade de som e imagem que só assistimos nas moderníssimas TV de LCD de grandes polegadas sendo transmitidas via TV digital. É difícil até mesmo decifrar essas siglas que nunca sabemos do que se trata, do que significam. Agora, toda e qualquer empresa pode criar a sua própria WebTv que pode ser acessada por qualquer internauta do mundo. Jamais se imaginaria uma audiência tão grande para um programa de televisão aberta.
Como Administrador com Pós-Graduação em Marketing, fico torcendo para que as empresas realmente sérias possam criar novas ações que facilitem os meus/nossos negócios. Também atuo na área da construção civil e me deparei com um fato que vai em desencontro com a tal modernidade do mundo virtual. Precisei colocar alguns imóveis à venda e procurei acessar os sites de algumas imobiliárias da minha cidade. Logicamente, analisando o público que pode comprar esse tipo de imóvel, procurei as imobiliárias que atuam nas classes A e B da região. Sites modernos, belas imagens, preços e formas de pagamentos facilitados. Imediatamente fui nos links “fale conosco, chat online” (ou coisa parecida) que estava à minha disposição para que eu falasse com um corretor de plantão no próprio site ... ali ... ao vivo e exclusivo para me atender, tirar as minhas dúvidas e cadastrar os meus imóveis. Maaaaassss ... veio então a minha primeira surpresa: onde está o corretor de plantão??? Onde estão as respostas dos e-mails que eu enviei após cadastrar uma ficha de uns 200 metros??? Pediram até o meu CPF, endereço, telefone, e-mail, altura, peso, comida que mais gosto ... Meus Deus !!! Melhor seria se não tivesse a opção à disposição! Já diz o ditado que “a primeira imagem é a que fica na mente do consumidor”. A partir dali a minha imagem com aquelas “grandes” imobiliárias foi murchando, secando e já a comparo como uma “normal” entre tantas outras.
Resolvi então visitar as imobiliárias. Quem sabe lá eu mudaria de idéia e a classificava novamente como “grande”. Excelente estrutura, localização, estacionamento, sala de espera, água, café, chá, televisão mostrando os imóveis à venda ... fantástico. Veio então a corretora de plantão. Seria ela a mesma “corretora virtual” do site? Quem vai saber !!! Perguntas rotineiras de como são os imóveis, preços, localização e formas de pagamento. Pior ainda foi ter que cadastrar uma ficha gigante com vários dados dos imóveis onde eles mesmos já tinham outros apartamentos no mesmo prédio já cadastrados. Não mudava nada. Absolutamente nada !!! Mas, as normas da empresa exigem ter uma ficha para cada imóvel. Se você tiver dez apartamentos no mesmo prédio, com as mesmas medidas e cômodos, você vai precisar preencher dez fichas...
A ciência do marketing nos ensina que devemos agir cada vez mais no sentido do atendimento “um a um”. É mais ou menos como o antigo atendente da bodega da esquina que sabia o seu nome, os nomes das pessoas da sua família, o que você sempre compra, o que você gosta, que você nunca compra, etc. Essas imobiliárias estão nadando contra a maré. Nenhuma está tendo a preocupação de se diferenciar e de tratar cada consumidor como O CONSUMIDOR. Essas fichas cadastradas não são analisadas. Os consumidores que colocam os seus imóveis à venda não são nem informados se estão visitando ou não o seu produto. E quando menos se espera, recebemos uma ligação avisando que “um cliente fez uma proposta para comprar o seu imóvel ... só que com 20% a menos do preço cobrado”. Vá falar com a corretora que vai pagar 20% a menos da comissão que o mercado exige!!!!???? Eles nunca aceitam e terminam colocando a ficha cadastro do seu imóvel no final da fila. Pior é escutar “quanto é o preço de pedida e o preço de venda?” Como assim preço de pedida e preço de venda? É fato! O mercado já está prostituído e não se vende mais imóveis pelo “preço de pedida”. Só de vende pelo “preço de venda”. Alguém precisa inserir isso nos livros didáticos...
Apenas lembro que ninguém é obrigado a seguir essa “prostituição”. Só existe um preço para ser cobrado pela venda do seu produto/serviço. Você pode até dar um desconto se o pagamento for feito à vista. Mas essa de preço de pedida e de venda? Que bagunça é essa? Enquanto nós, empreendedores responsáveis, não tentarmos mudar isso (e isso é apenas um exemplo), os especuladores vão continuar cada vez mais ricos e nós cada vez ganhando menos. Hoje, parece que os errados somos nós que fizemos tudo “como manda o figurino”. Tudo feito com carinho, pagando todos os impostos, seguindo as regras do mercado. Não podemos deixar que isso aconteça sem panelaços e com os caras pintadas caindo em campo.
Apenas pra terminar: hoje, dois dias depois de acessar o site da imobiliária, ainda não recebi a resposta do e-mail que enviei e também não encontrei o corretor de plantão online. Alguém encontrou ele por aí ???
Eu posso e vou conseguir mudar a parte do meu mundo. Mude você também!!!
Rodrigo Nóbrega
rodrigonobrega@terra.com.br
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